Valores recebidos pelos
contribuintes até 31 de maio serão destinados a impostos, taxas e
contribuições. Há 20 anos, contribuinte trabalhava 106 dias.
Em 2015, os brasileiros
vão trabalhar 151 dias do ano apenas para pagar tributos federais, estaduais e
municipais. Isso significa que todos os valores recebidos pelos contribuintes
até 31 de maio serão destinados a impostos, taxas e contribuições. Segundo o
Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), há 20 anos esse
número correspondia a 106 dias. Nos Estados Unidos, o contribuinte trabalha 88
dias para pagar impostos.
De acordo com a
ferramenta online Impostômetro, até a última quarta-feira, o Brasil havia
arrecadado R$ 691 bilhões em tributos. Até sexta-feira, a previsão era de que
este número chegasse a R$ 700 bilhões. Segundo a Associação Comercial de São
Paulo (ACSP), o montante será alcançado 25 dias antes que no ano passado, o
que, segundo a entidade, aponta aumento da carga tributária, reflexo da
inflação e da revisão de desonerações e incentivos.
Na avaliação da
Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de
Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), a carga tributária
representa um entrave para o desenvolvimento das empresas, principalmente as
micro e pequenas. “Esse é um dos principais fatores que motivam o fechamento de
negócios e inviabilizam a abertura de novos, além de gerar consequências como dívidas
e sonegação de impostos”, afirma o presidente da federação, Mario Berti.
Carga tributária cresce,
apesar da crise.
Estudo divulgado pelo
IBPT mostrou que a carga tributária sobre o Produto Interno Bruto (PIB)
continuou o seu ritmo de crescimento em 2014, passando de 35,04% em 2013 para
35,42% no ano passado, resultando em um aumento de 0,39 ponto percentual. O
levantamento mostra ainda que durante o primeiro mandato da presidente Dilma
Rousseff, a carga tributária se elevou em 1,66 ponto percentual, contra 1,41
ponto percentual dos oito anos de mandato do presidente Lula e 3,75 pontos
percentuais dos oito anos do presidente Fernando Henrique Cardoso.
“A maior variação
registrada nos últimos quatro anos se deve ao crescimento dos tributos
estaduais, cuja variação foi de 1,03 ponto percentual. Com relação aos tributos
federais, o aumento registrado foi de 0,38 ponto percentual e os municipais
0,24 ponto percentual”, ressaltou o tributarista Gilberto Luiz do Amaral,
coordenador do levantamento.
Fonte: Estado de Minas
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